segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pensar duas vezes

Vamos pensar duas vezes e das duas vezes vamos pensar de duas formas diferentes. Depois disso, vamos pensar a terceira e chegar a um intermédio entre as duas primeiras. Depois disso, pensamos uma quarta vez para ter a certeza de que fazemos uma revisão ortográfica e sintáctica do que havia sido decidido na terceira. Para concluir, pensamos a quinta vez e chegamos à conclusão de que, em nenhuma das duas primeiras vezes em que pensámos, estávamos correctos.
Depois de tanto esforço, permanecemos calados e silenciamos palavras genuínas e que podiam ter mudado qualquer coisas em tanta gente.
Quando me pedires para pensar duas vezes em dizer algo, pensa primeiro se esse algo que disse, por mais absurdo que tenha sido, não mudou qualquer coisa.
Eu digo o que sinto, não penso o que digo, mas, se pensasse no que digo, diria de certo o que sinto sem pensar duas vezes, porque iria perder tempo e acabar por não dizer palavras que por vezes mudam qualquer coisa nem que seja por acidente.
Eu não sou irreflectida, simplesmente sou genuína. Porque as mais belas palavras, por vezes, ficam presas entre primeiros, segundos, terceiros, quartos e até quintos pensamentos sobre algo tão simples como: queres ir beber um café comigo?
Podias ter casado no ano seguinte e não casaste nem partilhaste o resto da tua vida com aquela pessoa fantástica porque um dia tiveste a triste ideia de pensar mais do que uma vez. Não penses, sente, age, faz. Acredita. A vida faz-se de coisas simples e não dos complexos matemáticos que lhe tentamos aplicar.